José Wilker de Almeida, cearense de Juazeiro do Norte, era um dos atores do primeiro escalão. Dono de um talento múltiplo, era ator, diretor, narrador,apresentador e crítico de cinema. Amante da grande tela, tinha mais de 4 mil filmes em casa, e era o grande nome da Rede Globo na transmissão do Oscar.
Cresci vendo o Zé Wilker brilhar na telinha, dentre os muitos personagens marcantes, destaco o Roque Santeiro, a primeira novela que eu acompanhei do início ao fim, nos meus 10 anos de idade. Numa época sem internet, tv a cabo, as novelas da Globo era o que prendia a nossa atenção. Era tradição sentar em frente a tv, com a família toda reunida e ver todo o talento dos fantásticos atores e atrizes que a televisão brasileira tinha na época. E junto com Lima Duarte e Regina Duarte, Wilker brilhou na novela que na minha humilde opinião foi a melhor de todas já produzidas por aqui.
Outro papel de destaque que me chamou a atenção foi a impagável atuação em Dona Flor e seus dois maridos, com Sonia Braga e Mauro Mendonça, filme inspirado no livro de Jorge Amado.
O bordão "essa noite vou lhe usar" do coronel Jesuíno Mendonça da minissérie Gabriela caiu no gosto do povo, mas antes, outro já tinha feito muito sucesso, Giovanni Improtta, o bicheiro de Senhora do Destino, com o seu famoso "Felomenal", virou até filme.
Era um ator como poucos. Depois de 29 novelas só na Rede Globo, diversas peças teatrais, filmes e trabalhos como diretor, de novelas inclusive na extinta Rede Manchete e até o inesquecível seriado "Sai de Baixo", o grande ator sai de cena...
Por isso o humorístico fez grande sucesso, tinha o dedo do Wilker. Vai fazer muita falta...
Espero que algum dos novos atores se inspire na dedicação pela arte que ele tinha, mas por um outro lado, nunca vai surgir outro Jose Wilker. Descanse em paz gênio...
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